domingo, 29 de maio de 2011

Presidente do Comitê de Fitossanidade e organizador do Evento, Segundo Paula destaca a sua colaboração na atração de investidores do exterior no RN.

Por David Freire
Em sua 15ª edição, a Expofruit vem trabalhando a sustentabilidade como um bom negócio para o produtor. Presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade (COEX) e organizador do evento, Segundo de Paula ressalta que “as mudanças são vistas a olhos nus” ao longo desses anos.

Ele ressalta que a capacitação e o desenvolvimento de novas tecnologias até as mudanças estruturantes são perspectivas para os próximos anos no setor.


Com relação a instalação de um escritório da Embrapa no Rio Grande do Norte, Segundo frisa que “o Estado todo seria beneficiado”. Em entrevista ao Nominuto.com, ele aborda, além da Expofruit, investimentos no setor e ações desenvolvidas para beneficiar e proteger o produtor.

Em quinze anos de Expofruit, o que mudou nesse setor aqui do RN?
As mudanças são vistas a olhos nus. Primeiro, as exportações ficavam restritas a quatro empresas. Hoje temos um universo de exportadores e há a condição de qualquer empresário exportar. Observamos que, através da feira, aproximamos o exportador do produtor. Segundo, uma maior visibilidade para o setor produtivo. Eu diria que todo ano damos o grito do produtor da região. Outro item importante registrar é que, antes, além das exportações ficarem na mão de poucos, mais de 60% dos produtos vendidos ficavam em um único país, a Holanda, e ela passava a ser a maior exportadora de melão sem produzir uma única fruta. A Expofruit, sendo a grande vitrine que é, propiciou a condição de haver uma grande divulgação e com isto mais atração de importadores de outros países quebrando assim a hegemonia de um país só.

Quais as perspectivas para os próximos anos?
O status de ser uma grande vitrine não pode parar e a cada ano nos mostramos a mais e mais importadores com a possibilidade real de abrirmos novos mercados e, com isto, além de segurarmos a produção local criamos perspectivas concretas de crescimento.
Como a Coex vem trabalhando o desenvolvimento desse setor no estado?
A luta é constante desde a capacitação e o desenvolvimento de novas tecnologias até as mudanças estruturantes que são sinalizadas tanto no país quanto no exterior.

Por que sustentabilidade é um bom negócio?
Foto: Robson Carvalho


Com este tema queremos mostrar que podemos ser produtor agrícola no Nordeste tendo a responsabilidade com sustentabilidade como meta na agricultura irrigada. Atualmente, 100% das empresas que exportam são certificadas com eurepgap, uma exigência internacional que nos coloca em paridade com os diversos países concorrentes.

Alguns produtores têm sofrido perdas com a questão das chuvas que tem alagado locais de plantações. Como tem se trabalhado ajuda a eles?
Nós temos duas situações relacionadas à produção nos períodos de chuva: o melão contendo mais de 90% de água se torna completamente incompatível com muita chuva daí nós aconselhamos a parada total da produção nesta época até porque a janela de nossa exportação é justamente no período de estiagem quando toda a Europa está em período de inverno, por isto não há muito problema nestes dias chuvosos. Com relação à produção de outras culturas como o mamão, a banana e a própria manga que estão cravadas em regiões de alagamentos principalmente no vale do Açu, estas culturas sofrem demasiadamente e o que defendemos as autoridades é a necessidade de soluções definitivas como a construção da barragem de contenção Oiticica/Seridó, caso contrário sempre haverá grandes prejuízos que são assumidos diretamente pelo produtor rural.

Com que olhar os empresários e investidores do exterior vêem a fruticultura do RN?
Este é o nosso grande trunfo. O trabalho com responsabilidade e com qualidade nos colocou na mesma paridade quanto aos países europeus que produzem as mesmas frutas, com isto somos vistos com os melhores olhos. Para comprovar, já existem produtores da Espanha e outros países investindo aqui produzindo frutas.
Qual importância da instalação desse escritório da Embrapa no RN? O Estado todo seria beneficiado. Os avanços tecnológicos acontecem todos os dias em todos os setores da produção e tendo um órgão de excelência como a Embrapa, lógico muito ajudaria a nos tornar sempre mais competitivos.

Qual o grande diferencial da Expofruit esse ano?
Uma feira é sempre uma feira, tem o poder inovador por si só, sempre tem algo novo para se mostrar, mas o que vejo de mais importante é a possibilidade de nos mostrar mesmo nas adversidades.

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