SEM LULA E SEM PMDB, ATO PRÓ-REFORMA POLÍTICA MICOU
Concebido com o propósito de demonstrar unidade e força, o ato pró-reforma política resultou numa exibição de desunião e debilidade.
Como previsto, Lula preferiu não dar as caras. Sócio majoritário do condomínio governista, o PMDB absteve-se de enviar suas lideranças.
Anunciava-se que vários governadores compareceriam. Não apareceu nenhum. Sociedade civil? Só o presidente da OAB, Ophir Cavalcanti.
No mais, o encontro micado reuniu apenas representantes do PT, PSB, PCdoB, PDT e PV.
Nesta quarta (5), no vácuo do fiasco, vai a voto numa comissão da Câmara o projeto de reforma redigido pelo relator petista Henrique Fontana (RS).
Ninguém gosta do texto. Mas, para evitar a morte prematura do tema, a proposta deve ser aprovada.
Depois, antes de chegar ao plenário da Câmara, o projeto será virado do avesso.
Ao discursar para o plenário esvaziado desta terça, o relator Fontana deixou claro que nem ele está satisfeito com a peça que redigiu:
"Esse não é um relatório que atende 100% da convicção do meu entendimento de reforma política, nem das convicções de vocês que estão aqui…”
“…Mas a unidade que precisamos ter é que esse relatório, que ainda precisa ser aperfeiçoado, seja aprovado para caminhar por um sistema político mais democrático."
Beleza. Vai-se aprovar na comissão da Câmara a proposta imperfeita, para que se busque uma perfeição que a divergência, por generalizada, não permite antever.
por Josias de Souza
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