Conselheiro denuncia analfabetismo político-funcional
Fonte: Renê Dióz/ Olhar Direto
O conselheiro Antônio Joaquim, novo
corregedor-geral do Tribunal de Contas do Estado (TCE), marcou a
solenidade de posse do presidente José Carlos Novelli nesta
segunda-feira (02) com discurso duro a respeito do crescente
desinteresse sobre a gestão pública por parte da sociedade, tomada por
um “analfabetismo nojento” e “político-funcional” que se espalha até
mesmo entre a parcela escolarizada da população. O corregedor
lançou o desafio à nova Mesa Diretora do TCE de trazer de volta o olhar
do cidadão para a coisa pública, um trabalho que, segundo ele, já estava
sendo consolidado na gestão do conselheiro Valter Albano.“Nós
temos que tirar o cidadão da indiferença. As pessoas acham que não têm
nada a ver com as coisas. O médico e o engenheiro foram formados e acham
que não devem satisfação pra ninguém, não têm o dever de cidadão de
acompanhar o dia-a-dia da sua cidade, do seu Estado. Ninguém vai às
audiências públicas quando se discute o orçamento, que é a peça mais
importante de qualquer gestão. Fica lá às moscas e ninguém participa.
Então é preciso que a gestão traga esse cidadão, tire dessa indiferença,
desse analfabetismo nojento. É um analfabeto político-funcional, que
bate no peito que não gosta da política. Esse é o problema do país”,
discursou Joaquim.O conselheiro atribuiu este analfabetismo à
parcela formada da população, que teoricamente seria mais conscientizada
em termos de cidadania. “Eu me refiro a quem tem escolaridade.
Eu não me refiro àquele que luta pra comer, que luta pra ter uma casa
pra morar. Esses não têm condições realmente de fazer cidadania, são
subcidadãos. Eu me refiro a quem está formado e tem o dever de
participar”.
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