segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


I’m sorry...
Conferência de Copenhague: Um Ponto de Mutação
Se o Protocolo de Kyoto não deu certo, porque os países desenvolvidos não aceitaram pagar sozinhos a conta - nenhum deles fez inventário correto e cumpriu as metas estabelecidas - agora Copenhague tem que ser diferente. Por uma razão muito simples: não temos como administrar aumentos de temperatura acima de 2ºC (já inevitável). E o que é pior, com a população crescendo e a previsão de 9 bilhões em 2050. O Planeta e seus recursos naturais não têm como suportar. Nem como sustentar. Com a adesão dos Estados Unidos e da China, crescem as esperanças de que a reunião vai ser um ponto de inflexão da política ambiental global. O Financial Times anuncia que haverá também mudanças substanciais nas políticas econômicas depois de Copenhague. O certo é que mexer na matriz energética é atingir o coração das economias industriais e de seu modo de vida e que teremos ainda dois ou três anos para combinar as novas regras do jogo. Reverter políticas que estão aí há séculos e que não têm como perdurar. Não temos como evitar mais 2º C de temperatura e suas conseqüências sociais e financeiras. Temos que cortar 80% das emissões até 2050 e para que isto ocorra, é preciso começar já. A reconversão da matriz energética tem altos custos financeiros e exige adaptações sociais tão difíceis quanto a meteorologia exigir de nós. Este processo vai exigir financiamento e novas tecnologias disponíveis para os países em desenvolvimento. Este é o assunto da pauta que não podemos postergar. O ponto fundamental é que temos que trabalhar com informações e inventários em uma grande negociação internacional para fixar drásticas metas de redução. As metas têm que ter um ano-base que, em 1992 e em Kyoto, era o ano de 1990 e agora alguns países pretendam que seja 2005 para tornar as exigências mais palatáveis. O Brasil fixou metas mas não estabeleceu o ano de referência. Isto não é bom.

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