Justiça veta drible à Lei da Ficha Limpa
Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo anula eleição de filha que substituiu a mãe horas antes da votação. Somente no mesmo estado, há seis outros casos semelhantes que deverão ter o mesmo destino
O
candidato é barrado pela Lei da Ficha Limpa e vai recorrendo,
recorrendo, recorrendo, enquanto a campanha continua. Na noite do
sábado, véspera da eleição, ele é substituído por um parente ou uma
pessoa de sua confiança que não tem problemas na Justiça. Na manhã do
dia seguinte, os eleitores vão às urnas e encontram ali a foto e o nome
do candidato barrado. Votam nele, mas, na verdade, quem vai ser eleito e
será prefeito é o seu filho ou o seu “compadre”. Parece ficção, mas, só
em São Paulo, sete casos tiveram esse desfecho. Cinco desses candidatos
foram substituídos no sábado, ou seja, um dia antes do primeiro turno
das eleições municipais.
Veja aqui todos os candidatos que foram barrados pela Lei da Ficha Limpa
Tudo sobre as eleições 2012
Tudo sobre a Lei da Ficha Limpa
Tudo sobre as eleições 2012
Tudo sobre a Lei da Ficha Limpa
Mas esse “drible” na Lei da Ficha Limpa corre o risco de ser anulado.
Em decisão inédita, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo
invalidou, no último dia 30, a eleição de Camila Lima (PR) como prefeita
da cidade de Euclides da Cunha Paulista. Camila é filha de Maria de
Lurdes Teodoro Lima (PMDB), e assumiu a candidatura no lugar da mãe,
barrada pela nova lei de inelegibilidade, horas antes da votação. Lurdes
teve o registro de candidatura negado por ter sido condenada por
improbidade administrativa por mais de um magistrado, em segunda
instância.
Inicialmente barrada pelo TRE-SP, Maria de Lurdes recorreu ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e continuou sua campanha enquanto o
seu recurso não era examinado. Porém, às 18h04 de sábado – 14 horas
antes do início da votação – ela renunciou à candidatura em favor da
filha. Não deu nem tempo de os eleitores tomarem conhecimento da
mudança. No dia seguinte, os eleitores foram às urnas achando que
votavam em Maria de Lurdes quando, na verdade, estavam votando em
Camila.
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