Poucos homens públicos amaram tanto a sua terra quanto Jerônimo Dix-huit
Rosado Maia. Não há exagero na assertiva. Foi esse amor, que por vezes o
próprio Dix-huit chamava de obsessão, que o fez trabalhar até os
últimos dias de sua vida por Mossoró. Queria morrer no ambiente de
trabalho, em seu gabinete no Palácio da Resistência, e por pouco não
concretizou o desejo. Ele estava em casa no momento em que o coração
parou de pulsar. Dia 22 de outubro de 1996, quando cumpria o terceiro
mandato de prefeito. O 18° filho do farmacêutico Jerônymo Rosado com
Isaura Rosado Maia, nascido no dia 21 de maio de 1912, viveu para servir
ao seu povo e a sua terra. Vocação herdada do berço. Missão cumprida
com a coragem e determinação de um vencedor, em mais de 60 anos de vida
pública. A solidez de sua obra explica, hoje, o desenvolvimento da
cidade, pois nela fincaram-se os alicerces para o futuro. O prefeito das
"mil obras" – como se autodenominava – fez muito mais, uma vez que as
obras de suas três administrações – uma a cada dez anos, a partir de
1973 – foram decisivas para colocar Mossoró no trilho do
desenvolvimento. A dicotomização e a tricotomização do rio Mossoró
merecem um destaque especial. Ao construir os "braços" do rio, na década
de 1980, o prefeito solucionou em definitivo o problema das enchentes
que tomavam o centro comercial da cidade, arrastando a nossa economia a
cada período de chuvas intensas, provocando prejuízos irrecuperáveis.
Saúde, educação, cultura e desenvolvimento social tiveram, pelas mãos de
Dix-huit, o zelo que precisavam. Antes de se eleger prefeito pela
primeira vez, nas eleições de 1972, Dix-huit já olhava e fazia muito por
sua terra, na condição de deputado estadual (duas vezes), deputado
federal (duas vezes), senador da República e presidente do Instituto
Nacional de Desenvolvimento Agrário (INDA), que tinha status de
ministério. Foi à frente desse órgão que ele fundou a Escola Superior de
Agricultura de Mossoró (ESAM) – hoje Universidade Federal Rural do
Semiárido (UFERSA). Para ser um grande administrador, como o foi,
Dix-huit Rosado teve de ser um vencedor na política, avocando a saga
iniciada pelo velho Jerônymo: "O que eu não puder fazer, um filho meu
fará." Deixou a Medicina, afastou-se da condição de militar para
enfrentar os desafios da política. A partir do final dos anos 1940, já
deputado estadual, filiado à UDN, abraçou a causa de Eduardo Gomes,
elegendo-se deputado federal Constituinte, e intensificou a carreira
política vitoriosa concluída em 1996, quando cumpria o seu último
mandato de prefeito de Mossoró. Hoje, às 20h, no Memorial da
Resistência, será aberta a exposição para marcar os 100 anos de
nascimento de Dix-huit Rosado, iniciativa da Prefeitura.
César Santos - Diretor do jornal de fato
César Santos - Diretor do jornal de fato
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