sábado, 23 de outubro de 2010

Babões em alta

A maldição do "puxa-saco"


Maquiavel dizia: "Fuja dos bajuladores, pois eles são como o carvão: apagado suja, aceso queima!" Os rótulos variam: de puxa-saco a baba-ovo, o bajulador tem a mesma essência: a falsidade. Ele luta por seus próprios interesses, é um hipócrita disfarçado de amigo.

Plutarco, em sua obra Moradia, trabalha em um de seus 83 textos, o intrigante "Como distinguir o amigo do bajulador". Ele chega a dizer que "o amigo é aquele que nem sempre aprova tudo que fazemos, o bajulador é aquele que sempre simula sua mudança de opinião, demonstrando com extrema clareza que suas opiniões são volúveis e interesseiras".

Tenho verdadeiro nojo de bajuladores. Não suporto aquela expressão de rosto que denuncia o puxa-saquismo. Como é deprimente ver pessoas fazendo esforços hercúleos para demonstrarem admiração, paixão, quando, na verdade, escondem interesses rasteiros. A bajulação é a arma do incompetente. Cada tapinha nas costas evidencia punhaladas futuras.

O bajulador projeta conquistas à base de elogios e cinismo. Ele sabe que de outra forma jamais teria sucesso, pois é incompetente, fraco, apela ao sentimentalismo porque sabe que não possui o caráter necessário para o confronto. Ele aplaude os erros de seu alvo, assina todas as promissórias da culpa, é o perfeito "laranja", o testa-de-ferro, o puxa-saco, o filhote do trono.

Se não fosse pela "habilidade" de puxar o saco, jamais conseguiria êxito. Aproveita o que todo poderoso tem de sobra: o desejo de ser aplaudido, elogiado, adorado. O bajulador dá ao poderoso o que ele mais ama: a fascinação! Eles montam um esquema perfeito: um poderoso e um bobo da corte! O circo montado! Bem que Napoleão dizia que "a cada 10 bajuladores do rei, 9 morrem enforcados".

Por favor, fuja dos bajuladores! O mundo sem eles seria muito melhor!


Até mais...

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