quarta-feira, 7 de abril de 2010

PR, PMDB e PV



"Ménage à trois" com posições arriscadas - Eleições 2010
A aliança praticamente fechada em Natal entre PMDB, PV e PR, para as chapas à Câmara Federal e Assembleia Legislativa, não prioriza a disputa ao governo. Algo inédito na política do Rio Grande do Norte.

Nunca antes na história política deste estado, uma campanha eleitoral ganhou prioridade inversa. Os fins justificariam os meios para os líderes dos três partidos.

Henrique Alves (PR) precisa do 11º mandato de deputado a qualquer custo, para poder viabilizar seu projeto pessoal de chegar à presidência da Câmara Federal; seu primo e senador Garibaldi Filho (PMDB) anseia a reeleição com apoio à Rosalba Ciarlini (DEM) ao governo; João Maia (PR) necessita se manter em Brasília; a prefeita Micarla de Sousa (PV) quer ampliar sua força com espaço na AL e Câmara Federal.

PR e PMDB são da base do presidente Lula e do governador Iberê Ferreira (PSB). Vão endossar a postulação da ex-ministra WIlma Roussef (PT) à presidência da República e Iberê ao governo. Já Micarla e o PV ficam com Rosalba e a ex-ministra Marina Silva (PV) - respectivamente a governo e presidente.

Apesar de unidos, os partidos não estão hermeticamente juntos. Têm objetivos parecidos. E mesmo seus líderes se amontoam ocasionalmente, numa espécie de ménage à trois (mistura a três) passageira. Estão "ficando".

Tudo é feito em nome da sobrevivência política, da preservação da espécie. Com todos os riscos que a ocasião impõe. Entre eles, a hipótese de que a Justiça Eleitoral interprete essa acrobacia como tentativa de burla à legislação, quando trata de fidelização e respeito às coalizões.

O assunto não me parece encerrado.

Além disso, ainda tem em jogo a cabeça do eleitor. Ele está diante de situações bizarras, nunca antes vistas. Sob a ótica dos mais esclarecidos, são aberrações acintosas.

Em 45 dias de propaganda em rádio e TV, além das campanhas das ruas, esses políticos e partidos vão se virar não apenas para vender nomes. Em alguns casos, é praticamente impossível justificar "posições" (aqui sem duplo sentido, claro) e convencer que tudo é feito em nome do bem-estar coletivo.

"Foi bom para você?" A clássica pergunta que virou lugar-comum, nas alcovas,  também só poderá ser respondida ao final à abertura das urnas.

Até lá, vale tudo.

BLOG DO CARLOS SANTOS

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